“Formação de palavras: Composição e Derivação

A formação de palavras desempenha um papel fundamental, moldando e enriquecendo o vasto panorama lexical de uma língua. Compreender os mecanismos por trás da criação de novos termos é adentrar no âmago da expressão humana. Neste contexto, dois processos essenciais se destacam: a composição e a derivação. Estes, como fios entrelaçados em um tecido, trabalham em conjunto para dar vida e significado a cada palavra que permeia os dicionários e vocabulários. Através da análise desses processos, mergulhamos nas profundezas da estrutura linguística, desvendando os segredos da sua evolução e dinâmica.

Morfema na Língua Portuguesa:

No universo da linguagem, o morfema emerge como uma entidade fundamental, um elemento primordial que dá forma e significado aos vocábulos que compõem a língua portuguesa. Definido como o menor fragmento dotado de significação, o morfema é a matéria-prima da estruturação das palavras, conferindo-lhes identidade e sentido.

Na vastidão do léxico português, os morfemas se manifestam em diversas formas e funções, moldando a morfologia da língua. Podem ser classificados em diferentes categorias, tais como os morfemas flexionais, responsáveis por expressar variações gramaticais como número, gênero, pessoa, tempo, entre outros; os morfemas derivacionais, que atuam na formação de novas palavras a partir de radicais existentes, ampliando o repertório lexical; e os morfemas gramaticais, que contribuem para a organização e estruturação sintática das frases.

Assim, o morfema se revela como o alicerce sobre o qual se ergue a complexa arquitetura da língua portuguesa, permeando cada termo com sua carga semântica e gramatical. Ao compreender a natureza e a função dos morfemas, desvendamos os segredos da construção linguística, mergulhando nas profundezas da sua riqueza e diversidade.

Morfemas Flexionais:

No substantivo “cachorros”, o morfema “-s” indica plural.
Em “cantava”, o morfema “-va” marca o pretérito imperfeito do verbo.

Morfemas Derivacionais:

Em “desonesto“, o morfema “des-” é um prefixo que indica negação ou inversão de sentido.
Em “escritor”, o morfema “-or” é um sufixo que forma substantivos a partir de verbos, indicando agente da ação.

Morfemas Gramaticais:

Em “eles“, o morfema “-s” indica a terceira pessoa do plural dos pronomes pessoais.
Em “estudar“, o morfema “-ar” é a marca do infinitivo verbal.
Esses exemplos demonstram como os morfemas estão presentes em diferentes contextos na língua portuguesa, desempenhando papéis distintos na formação e flexão das palavras.

O radical é outra peça fundamental na estruturação das palavras na língua portuguesa. Ele constitui a parte central e invariável de uma palavra, à qual são adicionados outros morfemas (prefixos, sufixos, vogais temáticas etc.) para criar novos significados ou flexionar a palavra de acordo com sua função gramatical.

Aqui estão alguns exemplos de radicais em palavras portuguesas:

Cant– em “cantar”, “cantei”, “cantaria”: indica a ação de cantar.
Liv– em “livro”, “livraria”, “livreiro”: base para palavras relacionadas a livros.
Amig– em “amigo”, “amizade”, “amigável”: base para palavras relacionadas à amizade.
Cor– em “correr”, “corrida”, “corredor”: indica a ação de correr.
Saud– em “saudade”, “saudoso”, “saudável”: base para palavras relacionadas a sentimentos de nostalgia ou bem-estar.

O radical é a espinha dorsal da palavra, conferindo-lhe seu significado principal. Ao compreender os radicais, podemos identificar e compreender melhor a estrutura e o sentido das palavras em português.

Um afixo é um elemento linguístico que é adicionado a uma palavra-base para modificar seu significado ou sua função gramatical. Existem dois tipos principais de afixos: prefixos e sufixos.

Prefixos: São afixos que são adicionados antes da palavra-base. Eles alteram o significado da palavra-base ou criam uma nova palavra com um significado diferente. Exemplos:

Des– em “desfazer”, “desconhecido”: indica negação ou inversão de sentido.
Re– em “refazer”, “recomeçar”: indica repetição ou retorno a uma ação.
Sufixos: São afixos que são adicionados após a palavra-base. Eles também modificam o significado da palavra-base ou sua função gramatical. Exemplos:

mente em “rapidamente”, “facilmente”: forma advérbios a partir de adjetivos.
ção em “criação”, “inovação”: forma substantivos a partir de verbos ou adjetivos.
Além dos prefixos e sufixos, existem também os infixos (afixos que são inseridos dentro da palavra-base) e os circunfixos (que envolvem a palavra-base, tanto no início quanto no final). No entanto, esses tipos de afixos são menos comuns na língua portuguesa.

Um prefixo é um tipo de afixo que é adicionado antes de uma palavra base para modificar seu significado ou criar uma nova palavra com um significado diferente. Na língua portuguesa, os prefixos são muito comuns e desempenham uma variedade de funções gramaticais e semânticas.

Aqui estão alguns exemplos de prefixos em português:

Des-: indica negação, reversão ou privação. Exemplos: desfazer, desligar, desleal.
Re-: indica repetição, retorno ou intensificação. Exemplos: refazer, reescrever, relembrar.
Sub-: indica subordinação, posição inferior ou proximidade. Exemplos: subterrâneo, submeter, subestimar.
Trans-: indica mudança, movimento através de algo ou transformação. Exemplos: transformar, translúcido, transatlântico.
Anti-: indica oposição, contrariedade ou antagonismo. Exemplos: antissocial, anti-inflamatório, antipático.
Esses são apenas alguns exemplos de prefixos em português. Eles são uma parte essencial da formação de palavras na língua, proporcionando uma riqueza de significado e flexibilidade na comunicação.

Um sufixo é um tipo de afixo que é adicionado ao final de uma palavra-base para modificar seu significado ou sua função gramatical. Na língua portuguesa, os sufixos desempenham um papel importante na formação de novas palavras e na flexão de palavras existentes.

Aqui estão alguns exemplos de sufixos em português:

ção: forma substantivos a partir de verbos ou adjetivos. Exemplos: ação, construção, destruição.
mente: forma advérbios a partir de adjetivos. Exemplos: rapidamente, facilmente, claramente.
ista: forma substantivos que indicam profissão, atividade ou especialização. Exemplos: artista, dentista, pianista.
ção: forma substantivos a partir de verbos ou adjetivos. Exemplos: ação, construção, destruição.
inho/-inha: indica diminuição ou afeto. Exemplos: casinha, gatinho, carinho.
Esses são apenas alguns exemplos de sufixos em português. Assim como os prefixos, os sufixos desempenham um papel fundamental na formação de palavras e na diversidade do vocabulário em português.

Os sufixos e seus valores semânticos

“Os sufixos e seus valores semânticos” abordam a importância dos morfemas sufixais na língua portuguesa e como eles acrescentam significados específicos às palavras. Os sufixos são elementos adicionados ao final de uma palavra base para formar novas palavras ou alterar seu significado. Eles desempenham um papel fundamental na criação de vocabulário e na comunicação eficaz.

Cada sufixo possui um valor semântico distinto, que pode variar de acordo com o contexto e a palavra base à qual é anexado. Por exemplo, o sufixo “-ção” frequentemente indica o resultado de uma ação, como em “criação” (resultado de criar) ou “construção” (resultado de construir). Já o sufixo “-mente” forma advérbios que expressam a maneira como uma ação é realizada, como em “rapidamente” ou “claramente”.

Além disso, os sufixos podem transmitir nuances de significado, como tamanho, intensidade, qualidade, entre outros. Por exemplo, o sufixo “-inho” é usado para indicar diminuição ou afeto, como em “casinha” (casa pequena) ou “gatinho” (gato pequeno). Enquanto isso, o sufixo “-ão” pode indicar grandeza ou intensidade, como em “grandão” (muito grande).

Portanto, compreender os sufixos e seus valores semânticos é essencial para enriquecer o vocabulário e a compreensão da língua portuguesa. Eles são uma ferramenta poderosa para expressar nuances de significado e precisão na comunicação escrita e falada.

VEJA AQUI SOBRE PROCESSOS DE FORMAÇÃO DE PALAVRAS