Processos de formação de palavras

Os processos de formação de palavras são mecanismos fundamentais na língua portuguesa que permitem a criação de novas palavras a partir de elementos já existentes. Esses processos contribuem para a expansão do vocabulário e a expressividade da língua, possibilitando a adaptação a novos conceitos e realidades.

Existem diversos processos de formação de palavras na língua portuguesa, sendo os principais a derivação e a composição.

Derivação: A derivação envolve a adição de afixos (prefixos, sufixos, infixos ou circunfixos) a uma palavra base para criar uma nova palavra com significado ou função gramatical diferentes. Por exemplo:

Feliz → Felicidade: o sufixo “-dade” é adicionado à palavra base “feliz” para formar um novo substantivo.
Amigo → Inimigo: o prefixo “in-” é adicionado à palavra base “amigo” para criar uma palavra com sentido oposto.
Composição: A composição consiste na junção de duas ou mais palavras para formar uma nova palavra com significado único. Essas palavras podem ser unidas sem alterações (composição por justaposição) ou com alterações fonéticas (composição por aglutinação).

Exemplos:

Guarda + Chuva → Guarda-chuva: duas palavras são unidas por um hífen para formar um substantivo composto.
Planeta + Água → Planetaágua: duas palavras são unidas sem alterações fonéticas para formar uma nova palavra.
Além da derivação e da composição, outros processos de formação de palavras incluem a onomatopeia (criação de palavras que imitam sons), a abreviação (redução de palavras) e o empréstimo linguístico (incorporação de palavras de outras línguas).

Esses processos de formação de palavras são essenciais para a dinâmica e a evolução da língua portuguesa, permitindo que ela se adapte às necessidades comunicativas e culturais da sociedade. Ao compreender esses processos, podemos enriquecer nosso vocabulário e nossa habilidade de expressão na língua portuguesa.

Sufixal” ou “sufixação

“Sufixal” ou “sufixação” refere-se a um dos processos de formação de palavras na língua portuguesa, no qual um sufixo é adicionado ao final de uma palavra base para criar uma nova palavra com significado ou função gramatical diferentes.

A sufixação é um dos principais tipos de derivação, que é o processo de formação de palavras por meio da adição de afixos (prefixos, sufixos, infixos ou circunfixos) a uma palavra base.

Na sufixação, o sufixo pode alterar a classe gramatical da palavra base, transformando-a em um substantivo, adjetivo, verbo ou advérbio, por exemplo. Além disso, o sufixo pode adicionar significados específicos à palavra, como indicar uma ação, um estado, um resultado, uma qualidade, entre outros.

Exemplos de sufixação na língua portuguesa incluem:

  • “Cantar” (verbo) + “-or” → “Cantor” (substantivo): indica a pessoa que realiza a ação de cantar.
  • “Feliz” (adjetivo) + “-mente” → “Felizmente” (advérbio): indica a maneira feliz de realizar uma ação.
  • “Triste” (adjetivo) + “-eza” → “Tristeza” (substantivo): indica o estado ou qualidade de estar triste.
  • “Beleza” (substantivo) + “-oso” → “Belezoso” (adjetivo): indica a presença de beleza em algo.

Esses exemplos ilustram como a sufixação é um processo versátil e produtivo na formação de palavras em português, contribuindo para a riqueza e a flexibilidade do vocabulário da língua.

Parassintética ou parassíntese

A formação de palavras parassintética, ou parassíntese, é um processo morfológico complexo encontrado na língua portuguesa e em outras línguas. Este fenômeno ocorre quando uma nova palavra é formada pela combinação simultânea de um prefixo, um sufixo e uma palavra base. Em outras palavras, tanto o prefixo quanto o sufixo são necessários para a formação da palavra, e a palavra base sofre alteração de significado.

Um exemplo comum de palavra parassintética em português é “ensanguentar”. Neste caso, temos o prefixoen-“, o sufixo “-ar” e a palavra base “sangue”. Juntos, esses elementos formam a nova palavra “ensanguentar”, que significa “cobrir de sangue” ou “tornar sangrento”.

A parassíntese é menos comum do que outros processos de formação de palavras, como derivação e composição, mas ainda é encontrada em diversas palavras na língua portuguesa. Ela geralmente resulta na criação de palavras com significados mais específicos ou intensificados em relação à palavra base.

Alguns outros exemplos de palavras parassintéticas em português incluem:

  • Encrespar” (en– + crespo + –ar)
  • Emagrecer” (em– + magro + –ecer)
  • Encorajar” (en– + coragem + –ar)

A parassíntese é um fenômeno interessante na morfologia da língua portuguesa, pois demonstra a complexidade e a versatilidade dos processos de formação de palavras, contribuindo para a diversidade e a expressividade do vocabulário.

Regressiva” ou “regressão


“Regressiva” ou “regressão” é um fenômeno linguístico que ocorre quando uma palavra é formada a partir de outra pela remoção de um ou mais elementos, especialmente no final da palavra base. Esse processo é chamado de “regressão” porque a palavra derivada parece “regredir” em termos de tamanho ou complexidade em relação à palavra base.

Na língua portuguesa, a regressão geralmente envolve a eliminação de sufixos para formar uma nova palavra. Isso pode acontecer quando uma palavra derivada perde um ou mais sufixos derivacionais, resultando em uma palavra com significado diferente ou em uma forma mais simples.

Um exemplo comum de regressão em português é a formação do substantivo “casa” a partir do adjetivo “casado”. Aqui, o sufixo “-ado” é removido da palavra “casado”, resultando na palavra derivada “casa”. Outro exemplo é a formação do substantivo “cor” a partir do adjetivo “corado”, novamente removendo o sufixo “-ado“.

A regressão também pode ocorrer em outros contextos morfológicos, como na formação de verbos a partir de substantivos. Por exemplo, o verbo “brincar” é derivado do substantivo “brinca”, onde o sufixo nominal é removido para formar o verbo.

Embora menos comum do que outros processos de formação de palavras, como derivação e composição, a regressão ainda é um fenômeno linguístico importante que contribui para a riqueza e a complexidade do vocabulário da língua portuguesa.